O imenso potencial das eólicas onshore para o país

25/09/2024

*Por Thales de Carvalho Bueno

Em sintonia com a transição energética, o Brasil já conta com 84,25% de seus 200 gigawatts de potência centralizada com origem em fontes renováveis. Nessa fatia, a relevância da energia eólica só cresce: hoje, essa geração já responde por 14,8% da matriz elétrica brasileira. Esse setor, que foi impulsionado no Brasil pelos leilões públicos e pelo aumento da busca por energia renovável no mercado livre, tem a expectativa de triplicar os investimentos com a regulamentação e a instalação das eólicas offshore. Não é à toa, portanto, que elas dominam o noticiário. Mas quero chamar a atenção, neste artigo, para o enorme valor e o potencial que as eólicas onshore ainda representam para o Brasil.

Nosso país acaba de alcançar, pelo segundo ano consecutivo, o terceiro lugar entre as nações que mais instalaram parques eólicos, no mundo, no ano de 2023. A posição brasileira faz parte de um crescimento global notável no ano: recorde de 106 GW em adições onshore e 11 GW instalado offshore, o segundo maior volume nessa categoria. No Brasil, o setor prevê dobrar de tamanho até 2030 [link para assinantes], com aportes de mais R$ 175 bilhões para acrescentar 25 mil MW de potência, levando-se em conta apenas os projetos já contratados em leilões nos últimos anos. O quanto a eólica poderá ganhar em participação na matriz pode depender do avanço na geração do hidrogênio verde. Mas vale observar que essas projeções se referem apenas a projetos construídos em terra.

“Quando falamos de potencial eólica onshore, o Brasil conta com cerca de 800 GW, sendo que a capacidade instalada no país hoje, somando todas as fontes, é de 200 GW. Ou seja, só de onshore, temos potencial de abastecer outros quatro ‘Brasis’. E, quando olho o potencial offshore são mais 1000 GW”, ilustra Elbia Gannoum, presidente executiva da Abeeólica, destacando a importância do bom gerenciamento desse potencial. E isso inclui a superação de alguns desafios que a eólica offshore ainda precisa enfrentar. A CNI listou cinco deles, incluindo a regulamentação, incentivos financeiros e desenvolvimento da cadeia de fornecedores. Neste artigo, o VP da Vestas avalia que esse desafio é muito maior que o da onshore para os fornecedores.

Enquanto isso, o onshore segue com previsão de expansão forte até 2027 [relatório em inglês], demandando mais de 12 mil técnicos e posicionando o Brasil como quarto maior demandante de trabalhadores segundo dados da GWEC e GWO. A Petrobras anunciou que analisa a compra de usinas eólicas onshore, além de integrar a parceria, com a WEG, do desenvolvimento e construção do maior aerogerador onshore produzido no Brasil, que deve entrar em operação no segundo semestre de 2024. Aproveito para lembrar que toda a relevância do setor pode ser acompanhada, em dados, nesta plataforma da EPE.

Também não posso deixar de recomendar o ótimo episódio do podcast “Cabeça de vento”, da ABEEólica, sobre os caminhos para explorar o potencial de geração de energia eólica onshore no Brasil. Entre as questões levantadas, estão a necessidade de previsibilidade regulatória para fomentar novos investimentos, o desafio da transmissão, para conectar as regiões geradoras (majoritariamente no Nordeste) com as regiões consumidoras (majoritariamente no Sudeste) em um país de dimensões continentais, o inspirador impacto socioambiental dessa indústria e a grande expectativa sobre o hidrogênio verde e o plano de industrialização verde como geradores de demanda por fontes de energia renováveis.

Em toda a revolução que representa, essa é uma indústria que já sabe que pode contar com a Moove, a empresa que produz e distribui os lubrificantes da marca Mobil™ no Brasil. Com produtos de alta tecnologia e serviços de engenharia altamente especializada, nós damos todo o suporte ao crescimento da energia eólica no Brasil. Conheça toda a nossa oferta para esse segmento. Bons ventos!

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