A maioria dos empresários brasileiros aposta no potencial do mercado de energia eólica

Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, o Brasil pode garantir a liderança no processo global de transição energética, porém, o “Brasil terá de ralar para ocupar a liderança global da transição energética”. Segundo a economista, ainda que o país detenha todas as condições e ferramentas para ser um protagonista mundial, é preciso recuperar o espaço perdido na disputa por investimentos internacionais.

Se depender da maioria dos empresários brasileiros do setor de energia eólica, esse resultado positivo tem toda a possibilidade de ser construído. Conforme o estudo “Desafios e oportunidades na implantação de projetos eólicos no Brasil”, elaborado pela Deloitte com apoio da ABEEólica, seis em cada dez executivos dos maiores players do setor de energia eólica entendem que o mercado nacional possui potencial de crescimento, especialmente por conta da abundância de recursos naturais, como terras e ventos. Os dados da pesquisa indicam que 60% dos respondentes acreditam que a expansão da energia eólica no país pode colaborar grandemente na redução da vulnerabilidade do sistema de energia. Para grande fatia dos executivos (72%), uma boa vantagem na propagação deste mercado seria a criação de empresas locais, enquanto 40% deles reforçaram a importância de estimular a indústria local.

Olhando mais atentamente para o mercado brasileiro, é notável o crescimento de projetos, especialmente com a presença de capital estrangeiro. Um deles é a parceria entre o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, que tem o controle da Prumo Logística, junto com o Porto de Antuérpia-Bruges Internacional, e a empresa belga Sarens, com o intuito de estudar soluções logísticas no transporte de componentes da cadeia de energia eólica offshore. Mauro Andrade, diretor executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo, afirmou: “Queremos combinar logística integrada e nos tornar um hub de operação e manutenção com custos mais competitivos para a indústria eólica offshore no Brasil”.

Na medida em que o mercado de energia eólica se desenvolve no país, mais debates são apresentados. A agência eixos trouxe a Offshore Week em 2024, com destaque para a discussão “Janela de oportunidade para eólicas offshore”, com especialistas da área. O podcast Energy Center da MIT Technology Review Brasil discutiu o cenário de desafios e oportunidades dentro da indústria de energia eólica offshore. Finalmente, a ABEEólica apresentou o Minidocumentário “Ventos da Transformação – Efeitos multiplicadores da fonte eólica no Brasil” que analisa 20 anos de aprendizado, desenvolvimento e crescimento da energia eólica no país por meio de uma pequena amostra de parques eólicos no Brasil e como eles transformaram a vida das pessoas nas localidades em que estão presentes.

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